O livro baseia-se na vida de um menino, que levado pela doença e internamento de sua mãe, vai para um colégio interno de freiras no Brasil, Rio de Janeiro. Assim, aos cinco anos, se vê naquele lugar, sem entender o porquê daquilo tudo. Ser chamado por número: 68 faz isso, 68 não faz aquilo. Não, não, não!!! Sentia-se um soldadinho de chumbo. Na fase adulta, há um desdobramento desta criança, que se alquimiza na figura do Homem Peixe. Se atentarmos à origem da vida, vamos à teoria de que todo princípio surgiu do mar, desde os seres unicelulares. Eles se adaptaram ao então continente primitivo: árido e rochoso. Daí a figura do Homem Peixe, profundo e poético, caminha pelo planeta com as suas botas de escamas até os joelhos. Amante e indagador. Traz, das profundezas dos mares, discursos reflexivos e atemporais. Em suma, a figura que escreve é o próprio autor, menino, Homem Peixe. Três figuras numa só.