Objecto, desde há alguns anos, de múltiplos trabalhos sectoriais, a mundialização raramente foi apreendida na sua globalidade enquanto balanço da civilização. Philippe Engelhard, nesta obra, releva, magnificamente, este desafio e, pelo seu título, projecta a visão do fim último do economismo, do "impensável em vias de nascer debaixo dos nossos olhos": o homem "mundial", isto é, o átomo infra-humano, vazio de cultura, de sentido e de consciência do outro. Este é, para o autor, o previsível resultado final, porém já evidente, da combinação de três dinâmicas que, de maneira explosiva, convergem sobre a humanidade deste fim de século: a mundialização da economia, o requestionar do Estado providência e do Estado simplesmente; a destruição generalizada das culturas, da comunicação, da mercantilização e da tecnologia. É a natureza do sistema económico e financeiro [...] que deve ser posto em causa e não só alguns dos seus efeitos." PHILIPPE ENGELHARD economista, filósofo de formação, trabalha para uma organização não governamental dependente das Nações Unidas, ENDA Terceiro Mundo.