Cesare Rodrigues se revela, nesta plaquete, além de experimentador, um grande contador de histórias, no melhor estilo borgeano. Brincando com as formas, o autor oferece ao ouvinte atento aquilo que ele nem sabia que gostaria de ouvir. E é isso o que se passa com o poema-documentário Era uma vez no Atlântico Norte. Ao selecionar e manejar diversas informações tiradas do Google e da Wikipedia, Cesare relata a história de Frislândia, misteriosa ilha que todos conhecem sem nunca ter ido. Era uma vez no Atlântico Norte faz parte da nova série de plaquetes do Círculo de poemas. Nela, os escritores são convidados a escolher o mapa de um lugar — real, inventado, desejado — e escrever a partir dele. Os poemas de Cesare são verbetes de uma enciclopédia fantasma, tal qual o mapa em que aparece a Frislândia, de autoria do italiano Nicolò Zeno (1561), que acompanha a edição.