O autor mostra que a democracia pura teve suas origens nas sociedades primitivas, quando, em função da sobrevivência, os indivíduos agiam de modo cooperativo, solidário e todos tinham acesso ao processo decisório: a participação era direta e espontânea. Tabus e superstições deterioraram esse tipo de organização e uns poucos aproveitadores começaram a desfrutar de privilégios; solidariedade e espontaneidade foram substituídas por medo e desconfiança. E assim, há milênios, formou-se a classe dominante, que se outorga poderes sob os mais diversos motivos (origem divina, bons relacionamentos, poder econômico etc.) criando um círculo vicioso que perpetua o poder nas mãos dos poderosos, que exploram grande parte da população sob o pretexto de governá-la. Nas atuais democracias representativas o direito de expressão não é posto em prática por falta de veículos para se expressar; a vontade do povo, não tem defensores, pois a principal meta de seus representantes eleitos é se perpetuar no poder. O autor propõe em detalhes uma estrutura de governo, que, com o auxílio da informática, represente legitimamente a vontade popular. O povo participa diretamente do processo decisório através dos sistemas democráticos de auto-habilitação, por sorteio, graduação, concurso ou por meio de todos esses processos e voltaríamos a ter o Conselho dos Cidadãos.