Nestes tempos de dissipação de limites, de movimentações que nos posicionam, freqüentemente, em solos instáveis e terrenos movediços, atuar nas fronteiras implica assumir riscos desconhecidos e ousar percorrer territórios insuspeitados. Pesquisar nas fronteiras significa suspender todas as certezas, abdicar das rotas seguras e perder-se em regiões pantanosas, na expectativa de que tudo isto seja bom para pensar, para fecundar idéias e projetos, para propor um debate intelectual que traga para o centro da arena o caráter instável, arbitrário, inapelavelmente histórico de qualquer conhecimento. Interessa perguntar por possibilidades ainda que de um modo incompleto, limitado, imperfeito e não reafirmar certezas. O conjunto de textos que compõe este livro continua fiel à idéia, já declarada nos volumes anteriores, de que não interessa prescrever, oferecer orientações, sugerir modelos; não somos, aqui, arautos de uma verdade nova, nem temos a pretensão de inaugurar tendências. Neste [...]