O relato de Miguel Armony refere-se basicamente aos anos de 1962 a 1964, suas experiências com o movimento estudantil e o partido comunista na antiga Faculdade Nacional de Filosofia da então Universidade do Brasil, com a agitação daqueles anos de esperança e fé na grande aventura de ser jovem, brasileiro, politizado e de classe média culta. O livro, que tem prefácio de Ciro Flamarion Cardoso, professor titular de História na UFF, e texto da orelha de Maria Yedda Leite Linhares, Professora Emérita da UFRJ, apresenta uma narrativa bem fundamentada, na qual o autor conta uma história plena de idealismo e ingenuidade, que foi vivida por muitos outros, além do autor e de seus colegas estudantes da FNFi da UB naquela época, e que estarão se encontrando, 40 anos depois, na noite de autógrafos. Minucioso e bem documentado, o livro traz ainda oportunas referências ao Grupo dos Onze de Leonel Brizola, assim como ao cancioneiro da época, inclusive o Hino do Subdesenvolvido de Vianinha e seu Centro Popular de Cultura da UNE. A obra é um importante resgate de memórias de quem viveu o que agora conta, em sua ânsia de não permitir que aquela experiência rica e dramática, aquela vivência - sua e de tantos outros que, no entanto, não produziram testemunhos - venha a passar em brancas nuvens e, deste modo, a desaparecer sem deixar qualquer traço na memória coletiva deste país. Este testemunho destina-se a todos que desejam conhecer melhor o nosso país, com melhor conhecimento de nossa história.