A criminalidade organizada não é, de forma manifesta, um produto do século passado. Porém, o seu grau de ofensividade face às estruturas do Estado, da economia e dos mercados financeiros é algo de qualitativamente novo. O seu imenso poderio económico, capacidade de aproveitamento das oportunidades de negócio no mercado global, a utilização deliberada de diversos ordenamentos jurídicos potenciou o surgimento de novas questões jurídico-penais. Só o tráfico de estupefacientes movimentará, anualmente, cerca de 322.000 milhões de USD. A par disso, o tráfico de pessoas, de órgãos humanos, veículos automóveis, animais e plantas tem vindo a ganhar importância movimentando somas inimagináveis. Por isso e mais do que nunca o futuro das sociedades ditas democráticas joga-se na luta contra esta criminalidade que não pára de crescer em poder e influência.