As pirâmides egípcias povoam a imaginação do homem moderno. Na verdade, já é assim desde a Antigüidade: viajantes ocidentais, gregos e romanos deixaram escritos deslumbrados sobre estes intrigantes monumentos e, quando os sábios gregos estabeleceram a lista das Sete Maravilhas do mundo, era natural que os maciços de pedra da planície de Giza figurassem nela. Hoje, únicas sobreviventes da famosa lista, as pirâmides continuam a exercer grande fascínio. No entanto, na maior parte do tempo, a imaginação popular enxergou estes monumentos através de um prisma de reverência quase mística e faltou muito pouco para que eles fossem considerados verdadeiros milagres, divinos ou mesmo extraterrestres, que nenhum conhecimento histórico racional poderia explicar. Afinal, como conceber que povos tão antigos pudessem realizar obras tão minuciosas e, ao mesmo tempo, exigentes do ponto de vista dos cálculos e das técnicas? Por outro lado, gerações de arqueólogos e egiptólogos vêm se esforçando para explicar os mais variados aspectos envolvidos neste complexo fenômeno histórico que é a construção de pirâmides. Hoje, há um enorme conhecimento acumulado que permite, em primeiro lugar, entender os aspectos mais materiais e técnicos dos gigantescos canteiros de obras egípcios: dos cálculos arquitetônicos e estudos do terreno até as estratégias de obtenção, transporte e tratamento das matérias-primas exigidas, em particular das pedras. Mas há, igualmente, milhares de estudos que buscaram inserir as pirâmides em seu contexto histórico. No entanto, tais trabalhos permanecem, em geral, restritos ao meio acadêmico e seus resultados raramente chegam ao grande público. O grande mérito da obra de Joyce Tyldesley foi fazer a ponte entre estes dois mundos e apresentar ao leitor não especializado os mais recentes conhecimentos sobre o assunto, em uma linguagem clara e acessível, mas que nada perde em rigor científico e qualidade das informações. Editado originalmente em 2003, Pirâmides chega rapidamente ao leitor brasileiro, em um volume abundantemente ilustrado e com revisão técnica de Antônio Brancaglion Jr., egiptólogo do Museu Nacional do Rio de Janeiro.