No trabalho de Elione desvelam-se experiências. Nas tramas que vai esquadrinhando não encontraremos abordagens politicamente corretas nem tampouco sujeitos históricos sucumbidos entre a desfaçatez da interpretação histórica. Ela, porém, não foge do debate historiográfico, nomeando-o com coragem e diálogo. Assim ela utiliza no seu estudo categorias importantes, recuperando sem empobrecer as análises as idéias de resistência e movimentos sociais dos escravos. Não cai nas armadilhas dos atalhos, transformando a violência num nexo que apenas produz vítimas indefesas. Ou uma criminalidade que inventa escravos heróis. Crimes e violências geram e são gerados por práticas sociais concretas. Vai mais longe. Mergulha na sociedade de Juiz de Fora que bem denomina um cenário de tensões e analisa como as narrativas de poder e hierarquias sociais se transformavam diante de ideologias liberais, mais ainda denúncias e acomodações de senhores, escravos, autoridades, libertos, jornalistas e outros setores sociais envolventes.