No livro em mãos, o desafio é avançar no desenvolvimento de um pensamento sonoro e político a partir de quatro figuras de resistência ligadas à criação do que o autor denomina públicos improváveis. Para aquém de um consumidor codificado, bem definido em termos de preferências e enquadrado por pesquisas quantitativas, o público improvável é menos uma entidade que um movimento: um processo de produção de subjetividades emergentes. A aposta de LaBelle, nesse sentido, se inscreve no paradigma de uma micropolítica das sonoridades. É preciso abordar o incompreensível, o dissonante e o inescutável para compreender como um pensamento do som pode afirmar formas de resistência e práticas emancipatórias.