Cada um tem de construir a sua própria vida, em tempos de incerteza. Permanecem processos desigualitários e até aprofundam-se, mas funcionam em trajetórias e histórias muito mais singulares do que nos tempos passados. Constituir-se como sujeito tornou-se uma aventura mais solitária do que outrora, respaldada por menos referências sólidas e, portanto, mais angustiante. Naquela aventura, devorante, a escola e a universidade desempenham um papel essencial, às vezes decisivo. Quem consegue sucesso na escola e entra na universidade preserva e amplia as suas chances de boa vida. Todos os jovens têm de enfrentar essa aventura, decidir o que fazer dessa escola que lhes é imposta, conquistar a Terra prometida chamada universidade, incluídas as crianças da classe média. Mas a aventura é mais sofrida, a escola mais difícil e a universidade menos provável, quando se nasce numa família popular.