Afinal de contas, o que é o Brasil? Por que ele é assim? Existe um pensamento social brasileiro? Esses e outros questionamentos não se limitam ao meio acadêmico. Pelo contrário, conhecer – mesmo que minimamente – tais interpretações é cada vez mais exigido daqueles que lidam, de alguma forma, com a realidade brasileira.É dessa necessidade de se conhecer os meandros do pensamento social e político brasileiro que surge a idéia do cientista político Bernardo Ricupero de organizar, em "Sete lições sobre as interpretações do Brasil" as idéias centrais dos principais “pensadores do Brasil”, autores que a partir de diferentes perspectivas sociológicas, históricas e políticas, procuraram entender o país.Bernardo Ricupero explica a importância e relevância atual de cada um desses pensadores e de suas teorias: o conceito de “cordialidade” do brasileiro, de Sérgio Buarque de Holanda; a distinção do brasileiro em relação a outros povos, de Oliveira Vianna; a miscigenação racial e o Estado patriarcal de Gilberto Freyre; a discussão quanto ao nosso passado colonial, de Caio Prado Júnior; a análise de Raymundo Faoro quanto ao peso do Estado sobre a nação; e a tese de Florestan Fernandes de que a revolução burguesa no Brasil não se deu como um episódio histórico, mas sim, um fenômeno estrutural.