O chamado Estado do Bem-Estar Social não se realiza plenamente no Brasil, e podemos até mesmo questionar se em algum momento ele aqui existiu ou se tratava meramente de ações paternalistas/populistas. O livro de Alice Costa instiga a refletir que o nó da questão e sua análise passa centralmente pela política, no seu sentido mais amplo. Estaríamos a presenciar e vivenciar o que seria uma recomposição do pacto social brasileiro que envolve os interesses das classes sociais, sobretudo das frações da classe dominante; daquilo que o papel do Estado a elas interessa ser, mas que agora defronta-se com as forças da população organizada que teima em se transformar em sujeito ativo. Tornou-se imperioso para as empresas se inserirem no processo de re-ordenação em curso, e aquelas do setor de saúde, percebendo o papel desta na dignidade da vida, buscam a solidariedade como investimento social que demarque seu novo lugar na complexidade da nova configuração da rede de atores da sociedade brasileira.