No mercado contemporâneo, escritores escrevem, em geral, não para si, mas para os outros: para seduzir o mercado, para mimar os editores, para agradar os críticos, ou simplesmente, e de modo mais medonho, para dialogar com a “história da literatura”, seja o que isso for. O que fazem, na verdade, é nivelar todos os riscos por baixo e, assim, não correr risco algum. Mas o persistente Diter Stein, não: ele escreveu um livro absolutamente singular, e que nos deixa perplexos, e incomodados, por sua singularidade radical. Faz parte, a partir de agora, de um grupo restrito de escritores corajosos que, sem se importar com o mercado, o sucesso ou a crítica, escrevem para chegar ao que são.