Quando um condottiero declina, muitos dos seus aliados de ontem e os áulicos de sempre cuidam de arremessar-lhe pedras, na expectativa de encontrar, no maniqueísmo lógico ou na inclemência verbal, um modo de anestesiar a memória da sociedade. Este livro cuida de lembrar aos maduros e contar aos jovens que a história do primeiro carlismo na Bahia e a gênese da inserção de Antonio Carlos Magalhães na política nacional não se deram como se conta em panfletos ligeiros. Procura mostrar que as páginas de sofrimento não teriam sido escritas sem cúmplices e sem beneficiários da aventura despótica, dentro e além das divisas baianas. Analisa-se aqui, sem dramatizações excessivas, débitos e créditos da moderniza-ção conservadora que se promoveu na Bahia, conhecimento importante para tantos quantos se sintam no compromisso de contribuir para a obra de reconstrução civil e invenção democrá-tica, que se põe às novas gerações de baianos, como um desafio.