Esta obra apresenta uma crítica veemente do conceito moderno de dificuldade de aprendizagem. Tal crítica organiza-se sobre quatro pilares que fornecem a sustentação e a moderna interpretação do conceito: o primeiro pilar é uma análise histórica desse conceito, com o intuito de mostrar que ele é socialmente construído, articulando-se diferentemente em diversos períodos históricos; o segundo analisa criticamente a ideologia da medicalização, seus fundamentos e suas consequências; o terceiro apresenta os pressupostos da abordagem analítica em educação e sua consecução tanto na Psiquiatria quanto na Estatística; finalmente, o quarto pilar é representado por uma nova concepção de temporalidade erigida a partir da noção de produtividade e, principalmente, ritmo ou eficiência, no contexto de uma sociedade industrial. A obra mostra que esses quatro pilares estão intimamente conectados, fornecendo também sustentação mútua. A obra difere, portanto, das críticas recentes que se formulam [...]