Estando na raiz do pensamento moderno, a noção de subjetividade tornar-se-ia o eixo nuclear sobre o qual viria a se desenvolver a época atual. Trata-se de um dos mais recorrentes problemas da reflexão contemporânea que, parafraseando Marion, pode ser manifesto por meio da seguinte interrogação: acaso teve a filosofia alguma tarefa mais própria, senão determinar o que ou, eventualmente, quem sucederia ao sujeito? E, apesar disso, constatamos que a resposta para esta indagação jamais se resolveu definitivamente entre as duas formas possíveis de sucessão, quais sejam: a de abolir para sempre o sujeito metafísico, substituindo-o pela ausência de herdeiro, e a de vacilar em repetir, a cada oportunidade, a função da subjetividade de um modo sempre diferente. A par desta difícil demanda, a principal tarefa à qual se destina a presente investigação será esclarecer como o tema da subjetividade comparece para a fenomenologia, especialmente compreendida na esteira de Edmund Husserl e, sobretudo, de Martin Heidegger.