Numa linda manhã, bem cedinho, quando o ar ainda estava impregnado do orvalho da madrugada, saí para fazer uma caminhada. Soltei a mente, observando as copas das árvores, os jardins das casas, as cores perfumadas das flores e os passarinhos que esvoaçavam, felizes, pelos arbustos cultivados nas calçadas. Então, a princípio quase imperceptivel-mente, percebi que me vinham pensamentos estranhos, como se eu estivesse lendo trechos de um texto completo. Aos poucos fui percebendo que era mesmo um texto, mas, na verdade não eram frases, e sim, ideias que poderiam ser traduzidas em palavras. Fiquei prestando atenção a essas ideias e vi que formavam um texto completo, coerente, com princípio, meio e fim. Ao voltar para casa, peguei papel e caneta e fui escrevendo tudo que me vinha à mente.