Distribuído em duas partes - rádio e estratégicas de vinculação social e a retórica no radiojornalismo -, este livro tem entre as suas qualidades a habilidade de apresentar dois lados do "contrato" radiofônico: o do radialista/locutor (produção) e o da audiência (leitura). Os argumentos são alinhavados por referências acertadas no diálogo que estab elece entre autores brasileiros e estrangeiros, que se mostram decisivos para o tratamento de três eixos importantes - da sociabilidade (e construção de comunidades), dos estudos de recepção e da retórica - nas considerações precisas sobre o jornalismo no rádio. Assim, o texto versa sobre "o poder que tem o rádio de mobilizar as pessoas, e levá-las ao exercício da imaginação, da recriação das mensagens recebidas e, mais ainda, da transformação de uma mera emissão sonora em campo de produção de emoções e de sentido, de conhecimento e cultura". Aborda também a escuta radiofônica, que "revela uma postura do sujeito diante do universo da informação. O ouvinte percebe-se um coagente da emissão radiofônica. Sabe que aque le locutor fala dele, receptor, e para ele e daquela maneira, pelo fato de o ouvinte ser ele".