Em 2013, Joelma Carmona é convidada por sua irmã Lúcia e seu cunhado Alfredo para jantar em um restaurante, durante sua curta viagem a Belém do Pará e lá fica sabendo que um dos clientes ali comparece há mais de uma década, jantando sozinho. Sozinho? - Não, Victor Bendeclac elegeu como companhias livros e vinhos. Joelma fica curiosa e cria estratégias para se aproximar dele e, assim, colher dados para sua pesquisa sobre comportamento social. Suas descobertas são surpreendentes, o homem que jantava sozinho tem muito que dizer e a cada descoberta Joelma vai montando as peças de um complicado quebra cabeça existencial. Victor herdou várias fazendas de seus pais, no interior do Pará. Mas a abundância de bens materiais não foi suficiente para preencher sua lacuna afetiva. Ele sabe que sua vida não tem sentido e é dolorosa demais para ser relatada a uma desconhecida. Joelma é persistente, acolhedora, e aos poucos consegue incentivá-lo a sair do casulo e encarar sua condição humana de frente. Entre livros e vinhos, a incerteza, a tensão, a angústia, o preconceito vão perdendo força, abrindo passagem para uma amizade sincera, bem como novas possibilidades de vida. Mas, para isso se faz necessário romper com o preconceito implícito e explícito no que tange a sua nova identidade. Será que ele consegue? Em 'O homem que jantava sozinho', Ierecê Barbosa constrói retratos de pessoas que têm suas vidas marcadas por tragédias, intrigas, ambições e escolhas equivocadas. Uma história profundamente humana, atual, poética, evidenciando o quanto é sofrido trocar a velha e gasta identidade e seguir em frente, principalmente quando não se é mais jovem. Uma história que versa sobre o poder do amor e como ele pode ser vivenciado e cultivado nas situações mais estranhas.