O interesse pela filosofia de David Hume (1711-1776) no Brasil tem aumentado muito nos últimos anos. Compõem este volume os ensaios Da imortalidade da alma e Do suicídio e, ainda, a autobiografia Minha vida. Os dois primeiros ensaios foram impressos em 1755, e até mesmo circularam, mas, diante das ameaças de alguns religiosos e da proibição pela própria polícia de Londres, foram retirados do volume para evitar um possível processo contra Hume, e só puderam ser publicados dois anos após a morte do autor, ocorrida em 1776. Além desses três textos póstumos de Hume, estão traduzidos aqui dois importantes relatos sobre os seus últimos dias de vida, os quais dão ênfase especial ao seu bom humor diante da morte iminente: a Carta a William Strahan, escrita pelo famoso economista Adam Smith - que além de ter sido influenciado pela filosofia de Hume, foi também um amigo muito próximo -, e a Última entrevista com David Hume, do escritor James Boswell. Pode-se afirmar que os textos aqui reunidos têm um tema comum. No ensaio sobre o suicídio, Hume apresenta algumas razões para o não impedimento de uma morte voluntária; no texto sobre a imortalidade da alma ele alega a falta de razões para a crença numa vida após a morte; a autobiografia sugere o único tipo de imortalidade no qual Hume talvez acreditasse: o da fama literária; finalmente, os dois relatos de seus amigos são os primeiros a contribuir para garantir a imortalidade de Hume, que afirmou não termos razões para a crença na imortalidade. (Extratos das apresentações de Jaimir Conte).