Considerado uma das maiores autoridades mundiais nas ciências psicológicas, Jean Piaget dedicou grande parte de sua obra à análise da evolução do pensamento infantil. Fundador da Epistemologia Genética, desenvolveu, também, uma teoria do conhecimento consciente como produto de uma estrutura cognitiva, que conceitua a vida como criação contínua de formas, cada vez mais complexas, e de sua progressiva adaptação ao meio exterior. Para o grande cientista suíço, a inteligência é a expressão mais específica desse comportamento de adaptação. Na realidade, a inteligência consiste na capacidade individual de acomodação ao meio e, desta forma, o processo cognitivo teria início nos reflexos fortuitos e difusos do recém-nascido, desenvolvendo-se por estágios, até alcançar o nível adulto do raciocínio lógico. Neste livro, o autor estuda a formação dos esquemas sensório-motores e o mecanismo de assimilação mental, a partir da descoberta da existência de uma continuidade entre o sensório-motor e o representativo, afirmando e demonstrando que tudo o que o sensório-motor constrói e reconstruído pela sua representação nascente, antes de superar os limites que lhe servem de infra-estrutura. Dedica especial ênfase à investigação das formas da inteligência pré-verbal, colocando em exame todos os problemas biológicos da inteligência. Desde as suas manifestações inaugurais, o nascimento e a evolução da inteligência são acompanhados e descritos nesta obra, de capital importância para pais, educadores e psicólogos em geral. Aqui vemos a criança construindo e coordenando suas ações mentais, elaborando a sua intuição espacial até conquistar a capacidade de adaptação plena e criativa ao mundo que a cerca, processos vistos à luz das relações que se estabelecem entre a razão e a organização biológica. Há um pragmatismo superior, porque vital, presidindo o nascimento da inteligência, que é a forma suprema que o indivíduo tem à sua disposição para ater-se ao universo em que vive [...]