Personagem de duas crônias de Uma porta para um quarto escuro, primeiro livro de Antonio Cestaro, Napoleão, um porquinho-da-índia traquinas e vivaz, grande apreciador da generosidade das pessoas, despertou tanto interesse nos leitores que acabou se tornando o protagonista involuntário da segunda obra do autor. Napoleão é vegetariano e está namorando. Inteligente, aprendeu a se comportar em salas de concerto e foi sondado para participar de um desenho animado com grande campanha de mídia. Vive com o dono e a família do dono numa casa frequentada todos os dias pela Vânia, que os ajuda nos serviços domésticos. Eventualmente, visita o doutor Gildo, médico especializado em animais de grande porte que o atende em nome de uma amizade antiga. E frequenta também a dona Yolanda, vizinha da família e proprietária do Arquibaldo, um felino não muito confiável. Com esses personagens, situações banais do cotidiano e um olhar subjetivo, Antonio Cestaro constrói um conjunto de crônicas que discorrem sobre a condição humana e a relação das pessoas entre si, com a natureza e com a metrópole. Assim, em "Pé direito", a compra de um tênis que servirá de cama para o Napoleão é o pretexto para uma discussão sobre ciclismo e paisagem urbana, industrialização e mão de obra infantil na China. Já a tocante "O que dizer?" fala de "literatura e das emoções humanas que as palavras não dão conta de descrever". Música, natureza, alegria, tristeza, poesia, concreto, psicanálise, fantasmas e os laços de amor e amizade são os temas com os quais o autor tece uma narrativa leve e cheia de sentimento, cujo fio condutor é um porquinho-da-índia octogenário, criação do grande poeta Manuel Bandeira, que Antonio Cestaro faz ressurgir em uma realidade ficcional que "aproveita os sonhos para anular os limites do tempo, da matéria e da lógica".Neste conjunto de crônicas que formam uma novela se lidas em sequência, à singela vida de um porquinho-da-índia é pretexto para divagações a respeito da existência humana, da natureza e da metrópole. A obra é apresentada em uma luxuosa edição de capa dura e papel especial.Neste conjunto de crônicas que formam uma novela se lidas em sequência, à singela vida de um porquinho-da-índia é pretexto para divagações a respeito da existência humana, da natureza e da metrópole. A obra é apresentada em uma luxuosa edição de capa dura e papel especial.