J.R. Martins, poeta romântico contemporâneo, é um autêntico nefelibata, um habitante das nuvens, e parece que vive fora do seu tempo. Numa época em que as pessoas se atropelam, em que os sentimentos mais nobres parecem estar sumindo, em que o romantismo cede lugar à violência, este poeta, armado de sua lira, vai declamando seus versos, vai conquistando as pessoas, vai encantando o mundo, vai celebrando a vida. Cadernos de Poesia (vol. 1) é um livro que reúne, além de 33 poemas de sua autoria, algumas peças de valor literário inestimável e uma coletânea de hinos pátrios. No que tange às composições de J.R. Martins, entre tantas belas peças de puro romantismo, pelo menos três poemas são fantásticos: AS GRÁVIDAS, poema de uma singeleza incomparável, de uma percepção à toda prova; ENVELHECER, um soneto que parece uma confissão, uma biografia, conquanto o autor goze de uma juventude eterna; e um outro soneto, intitulado O CIÚME, que procura desvendar os mistérios do relacionamento a dois, que muitas vezes se desmorona por causa desse sentimento mesquinho. Na seleção de poemas de outros autores - que vai dos célebres poetas da nossa literatura até os ilustres desconhecidos - o gosto apurado de J. R. Martins se evidencia. É tão bom ler de novo sonetos árcades, poemas românticos, composições simbolistas, renovados neste livro. É, de igual modo, prazeroso saber que novos poetas surgem, novas portas se abrem, enriquecendo a veia literária brasileira. Mas, em meu ver, o grande momento desta obra é a parte dedicada aos hinos pátrios. Meu Deus! Como é importante saber que o Brasil ainda tem verdadeiros patriotas. Que coisa extraordinária é poder transmitir aos nossos jovens o interesse pela prática dos bons costumes, pelo ufanismo nacionalista, pelo resgate dos nossos valores maiores. Faço, pois, um convite a você, leitor: leia atentamente esta obra e deleite-se com o lirismo do autor. Em suma, o que estou tentando dizer é que J.R. Martins, em seu Cadernos de Poesia, faz uma declaração de amor à Literatura Brasileira, à Cultura Nacional e à Língua Portuguesa.