Sonha, tristonha, a menina sonha. Senta, levanta, saltita e sonha. Respinga. Dorme, acorda e sonha. O sonho, que é prece e é voz, nasce de pedra e vento. É frio e sombra. Faz chuá. Chuáá. Chuáá. Sonha, curiosa e atrevida, a menina sonha. E é no sonhar que descobre o maior segredo! A brisa sopra inesperada ao seu ouvido, que o cinzento é na verdade abrigo da cor. É quando por fim, risca o ar de vermelho-vontade e pincela o chão de amarelo-sol. Vê, arreglada, a alma e a verdade que guarda a transparência das gotas, chuva e chuvisco. Está ali dentro o refletir e reduzir de toda a aquarela...