Aos 42 anos, Sarah Worth decide deixar o marido rico e a filha para viver em Ashram Arhat, cidade-comunidade que o guru Arht, da Índia, mantém no Arizona. De ascendência aristocrática, Sarah parte em busca da iluminação e do desprendimento do ego. Para tornar-se uma discípula, ela raspa metade dos bens de seu marido, uma vez que o ingresso em Ashram Arht só é possível mediante um depósito em dinheiro. Esta é apenas a primeira de uma série de contradições que caracterizam a comunidade. Pregador do não-ego, o guru faz questão que os integrantes da seita usem um colar com seu retrato; arauto de um novo tempo espiritual, ele desfila em limusines e é um apreciador de jóias. Em “S”, John Updike narra a vida de Sarah no interior da comunidade por intermédio das cartas e das gravações que a protagonista remete ao marido, à mãe, ao irmão, à filha, ao professor de ioga, ao dentista, ao psiquiatra e à cabeleireira, entre outras pessoas que compunham seu cotidiano anterior à revelação. Com uma ponta de ironia, “S” é um romance sobre a feminilidade, mas também uma espécie de comédia sobre a religião.