Juntamente com os estudos sobre religião, a poesia compõe uma das portas de entrada para a cultura brasileira utilizadas por esse pensador que tão bem a compreendeu. No estudo de temas panorâmicos, como a incorporação da poesia africana à brasileira, ou nas análises em que focaliza poetas como Manuel Bandeira, Drummond, Oswald e Mário de Andrade ou Cruz e Sousa, Bastide rastreia as articulações da história coletiva com a experiência lírica individual, trabalhando no cruzamento entre as representações da vida social e os movimentos literários, com uma escrita que, segundo Antonio Candido, vai dissolvendo na tonalidade ensaística o peso da informação e a abstração dos princípios teóricos.