Deus criou o mais formidável mecanismo a ser utilizado no aprimoramento de suas criaturas. É algo vivenciado por todos os seres, quer na forma material, habitando um corpo físico, quer na forma espiritual, quando liberto da conhecida matéria. Essa sua invenção é chamada de Oficina do Tempo. Os seres humanos que habitam a Terra têm uma noção de seus benefícios. Quem já não se feriu e, após alguns dias, viu o ferimento desaparecer gradativamente? Quem já não presenciou uma calma estiagem, após dias de incessantes tempestades? Será que alguém que chorou por uma perda ou uma frustração, num passado distante, nunca mais voltou a sorrir? O tempo por vezes cura, por vezes conforta, outras vezes leva o homem a esquecer suas feridas. Já os seres espirituais têm, com esse divino invento, a chance de rever seus erros, de se arrepender, de reparar danos causados aos semelhantes, de saber o momento certo para tudo, e de recomeçar uma nova jornada terrena. É pela Oficina do Tempo que é dada a chance de aprimoramento moral, desde a mais primitiva criatura até o mais nobre dos seres. Este romance de Carlos Eduardo Milito, Na Oficina do Tempo, traz à tona uma história em que é possível vislumbrar o incessante e laborioso trabalho das moradas celestiais, que acompanham o entrelaçamento de gerações de uma mesma família, mostrando as relações de vários personagens, no decorrer de sucessivas encarnações, e da vida no plano espiritual, no intervalo de tempo compreendido entre a Primeira Guerra Mundial e o ano de 2001. A solução de entraves e conflitos, o perdão obtido por meio de novos laços familiares (três inimigos renascem como irmãos), a superação de preconceitos através de novos envoltórios carnais (uma personagem racista renasce negra), e o trabalho de amor, paciência e dedicação do plano espiritual são aqui habilmente ilustrados para quem quiser conhecer o que o tempo pode proporcionar às almas que buscam a evolução.