60 Histórias (1981) é uma espécie de greatest hits de Donald Barthelme. Desconcertantes devido ao amplo espectro de personagens e de temas abordados (Edward Lear, Montezuma e o Fantasma da Ópera, problemas domésticos e o planeamento urbano), os diversos registos e o retrato de situações quotidianas resvalam subitamente para o absurdo, culminando numa sátira da vida contemporânea. Este conjunto de breves histórias inclui os melhores contos dos anos 60 e 70, entre os quais os memoráveis «O Balão», «A Escola» e «A Chuva de Ouro», provas do humor ímpar e da perspicácia invulgar de Donald Barthelme. Donald Barthelme (1931-1989) é uma das vozes mais singulares da ficção pós-moderna norte-americana e insere-se numa linhagem de virtuosos e de contorcionistas literários com James Joyce à cabeça, e David Foster Wallace na retaguarda. Professor universitário, colaborou assiduamente com diversos periódicos, entre os quais a revista The New Yorker. Distinguiu- -se pela rejeição das convenções narrativas e pelo seu estilo ficcional insólito (o barthelmismo, segundo Thomas Pynchon), caracterizado pela ironia e pela excentricidade com que aborda temas como a família, a cultura popular e a política. É autor dos romances Snow White (1965) e The Dead Father (1975) e da colectânea 40 Histórias, publicada pela Antígona em 2013.