Sendo o papel do médico insubstituível, a relação entre a organização do trabalho e eventuais efeitos nos resultados em saúde, constitui o grande dilema desta política basilar para o fortalecimento dos sistemas de saúde, que assumem os desafios da acessibilidade, eficácia e resiliência. No desenvolvimento da tese Avaliação da Política de Organização da Atividade Médica, foi possível apurar que tanto em França, como Alemanha e Reino Unido, apesar das diferenças subjacentes, a legislação laboral garante condições para a distribuição do horário pelas atividades programadas e de urgências. A incompatibilidade do regime de trabalho médico com o período de funcionamento dos serviços de saúde é particularmente observável em Portugal. Obtiveram-se relatos de experiências e perceções de especialistas, gestores e médicos, quanto aos fatores contextuais com influência nesta política. Foram reconhecidos aspectos relevantes e identificados fatores contextuais determinantes.