Os autores falam da separação mediante a imagem de algo em "equilíbrio instável", uma corda bamba na qual os ex-cônjuges e os filhos caminham, vacilando diante das dificuldades, escolhas e dilemas vividos entre pessoas que não fazem mais parte de uma só família, mas permanecem dividindo direitos e obrigações. Para mostrar como a separação influencia a vida dos filhos, os autores dão voz a seis entrevistados - crianças que viveram tal situação e hoje, adultos, conseguem verbalizar como se sentiram, o que funcionou ou não no caso deles, como superaram os momentos difíceis e as questões cotidianas na infância e adolescência. Além deles, o leitor também segue a história de Marco e Sara, também eles filhos de pais separados, que estão prestes a se casar e dar início à própria família - um elemento interessante, que demonstra que a instituição do casamento é importante e ainda sobrevive. Sem expressar juízos de valor, os autores procuram deixar claro que um filho tem necessidade de seu pai e de sua mãe; que independentemente das causas da separação, enquanto pais, os dois são merecedores do amor filial; que é importante superar os conflitos e permitir a convivência tranquila, preferencialmente sem dias e horários previamente estipulados, mas sempre que houver a necessidade de estar com um ou com outro; que as crianças necessitam ser ouvidas e esclarecidas sobre o futuro; que os demais familiares têm um papel importante a cumprir - o de oferecer apoio aos pais e às crianças, sem julgar nem tecer comentários acerca do caráter ou do comportamento dos envolvidos.