Brasília tem antecedentes que vão muito mais fundo na história do que estamos acostumados a pensar. O discurso mais corrente sobre a capital brasileira tem acentuado a originalidade do projeto de Lúcio Costa, o que mascara seu forte parentesco com lugares produzidos por outras culturas muito distantes no tempo e no espaço. Este livro revela uma mesma lógica social subjacente a exemplos aparentemente tão diversos quanto uma capital moderna - Brasília -, centros cerimoniais pré-colombianos - como Tikal -, assentamentos africanos da cultura Zulu - como os kraals militares -, e castelos feudais franceses. Todos são lugares especiais, no seio de cada uma das culturas que os produziram: são espaços de exceção.