"Sabemos que todos traímos e que, igualmente, todos somos fiéis. Resta saber a quem, quando e porque traímos e somos fiéis". Traição e fidelidade, nos sentidos literal e metafórico, são temas-chave desta proposta de edição bilíngue de Medeia: o primeiro texto, de Eurípides, base da encenação teatral na Atenas de 431 a.C., reelabora o mito de Jasão, grego que traiu um juramento, e da princesa cólquida, bárbara que clama pelo valor da palavra empenhada; o segundo, do grupo Trupersa, transfere/traduz a tragédia do infaticídio para, aristotelicamente, dispor um objeto - o drama da mãe amorosa e esposa dedicada, por que não!? -, diante de nossos olhos. Lado a lado, são também (pre)textos para pensarmos nossas reações e decisões diante das palavras - do que fazem conosco e o que fazemos com elas.