Uma ampla e bem fundada crítica ao legado que a ciência social do século XIX transmitiu ao pensamento social do final do século XX e começo do século XXI. Para impensar as ciências sociais temos de submeter a uma revisão radical e por fim descartar a maioria dos pressupostos que constituem a base de perspectivas ainda hoje dominantes. Essas noções, consideradas significativas em outros momentos históricos, assumiram o caráter de barreiras à compreensão do mundo social em nossos dias. Para o autor há empecilhos à compreensão advindos dessas noções, especialmente no conceito de desenvolvimento. Em lugar da idéia de progresso como algo irreversível e linear, Wallerstein explora as transformações que ocorrem no tempo e no espaço. A geografia e a cronologia não devem ser tidas como influências externas à transformação social, mas como fatores cruciais do caráter que essa transformação assume na prática. Os ensaios aqui reunidos aplicam as idéias elaboradas a partir disso a uma variedade de campos teóricos e de problemas sócio-históricos, propondo, entre outras coisas, que as tradicionais três arenas da atividade humana — a econômica, a política e a sócio-cultural — sejam consideradas componentes de uma proposta unidisciplinar de ciência social histórica. Wallerstein faz ainda uma discussão crítica de alguns dos pensadores cujas idéias influenciaram sua própria posição, entre eles Marx e Braudel. Nos ensaios finais do livro, o autor demonstra como suas inovadoras formulações levam a uma revisão de sua análise dos sistemas-mundo. Este livro, fundamental para registrar a evolução do pensamento de Wallerstein, é leitura obrigatória de estudantes e profissionais de todos os domínios de estudo da atividade sócio-histórico-econômico-cultural humana.