O que representamos forma significados e forja a realidade do nosso intelecto, do nosso pensamento. Aquilo que não conseguimos ver, ouvir, cheirar, tocar, sentir , construir, desconstruir, comutar, separar, encaixar, para nós não é realidade, não existe. Esses saberes existem no mundo externo, mas só se realizam como linguagem e propriedade de comunicação quando nós tivermos apreendido e apreendido os processos de representação ou substituição que os significam. Portanto, a realidade está contida nas linguagens que nós assimilamos e praticamos. Aquilo que não sabemos representar não faz parte de nós, do nosso repertório, das nossas práticas de intelecção do mundo. Nosso diálogo com o mundo é conduzido por essa capacidade de representar. (...) Não tenho receita, não tenho um método único acabado; o que penso é que devemos ensinar a pensar partindo da observação, da experiência, e dos tropeços e dos erros, do ir e de voltar. Um ensino e aprendizado do movimento em movimento.