O livro, produto da tese de doutorado do professor Antonio Carlos Ferreira Pinheiro, versa sobre a constituição de um sistema público de educação escolar no estado da Paraíba, desde os seus primórdios até aproximadamente 1950. É exibida uma farta e exemplar documentação de fontes primárias, com destaque para as reveladoras mensagens dos presidentes de estados (hoje denominados governadores), que dão um retrato da situação da educação escolar no seu mandato com os relatórios de diretores de instrução pública. Além disso, a pesquisa chegou à relação das escolas criadas no período com os respectivos nomes, localização e ano, sem falar na pesquisa de almanaques, revistas e jornais, além da já clássica legislação. O autor buscou uma periodização que, em vez de se marcar por etapas históricas já consagradas pelo viés político, busca na forma de ser das escolas o apoio para sua descrição e análise. Daí o título do livro, que vai das cadeiras isoladas aos grupos escolares. O livro, enfim, aponta para algo que nos ensina a pensar no caráter histórico de nosso ofício de educadores e de docentes. Vivemos hoje uma série de contradições que põem em jogo a mundialização avassaladora em razão das alterações nos processos produtivos, da rapidez das comunicações e de uma situação nacional permeada por vários deslocamentos internos e impactos externos. Quem será o professor de amanhã? Aparecerá um novo ofício de professor? O que fazer com as escolas quando o mundo vem se tornando uma sala de aula? O olhar sobre este passado e suas eras nos impõe a tarefa de pensar, baseados na educação, que era queremos para que não incidamos nas exclusões e na precariedade do passado e nas que se anunciam no presente. A natureza de um futuro melhor para o direito à educação de qualidade não pode ser pensada apenas doutrinariamente, mas no processo histórico. Neste sentido, aquilo que entendemos como "deve ser" tem relevância se estiver apoiado no que foi e no que está sendo [...]