O Direito é filho de seu tempo, e partilha com ele suas vicissitudes, dúvidas, anseios, esperanças e dificuldades. Para compreender o fenômeno jurídico é incontornável a tarefa de conhecê-lo no presente e na sua história, afinal, ele é senão a unidade de ambos: o caminho percorrido durante os embates que se dão na cultura e o ponto de chegada no presente. Na presente obra, Estado, Direito e Justiça na Aurora do Homem Ocidental, buscou-se retornar aos primórdios do desenvolvimento da razão e de idéias centrais à Filosofia do Direito, como a justiça, o Estado e o direito mesmo, iniciada no discurso mitológico, que se viu superado pelo logos epistêmico grego, cindido, com os sofistas, na razão que conhece a natureza e, em oposição, na razão que narra, que é capaz de produzir o discurso e volta-se à cultura e às leis (nomos). Oferece-se, a partir da visão dos filósofos pré-socráticos, uma contribuição para que o presente torne-se mais claro, e as escolhas que determinam o futuro sejam tomadas com maior consciência: a consciência de que as conquistas históricas possuem suas fundações em embates milenares e, parafraseando Isaac Newton, apoiam-se em ombros de gigantes.