Desde cedo, nas aulas catequéticas das nossas paróquias, recebíamos uma formação que nos sensibilizava às representações artísticas da Paixão do Cristo, lembrando da Pietàs e das Venerações que ornavam às Vias Sacras, então apresentadas pelas nossas catequistas. Se procurássemos por suas referências, éramos informados de que os seus originais pertenciam a museus longínquos, em países estrangeiros.A impressão que deixavam era a de que seríamos um povo sem cultura artística, meros imitadores de outras culturas! Desse estado de espírito, muito provavelmente, haveria de ter nascido o movimento gerando a Semana de Arte Moderna, em 1922.Em realidade, temos vivido em um profundo silêncio quanto à transmissão dos nossos próprios valores culturais Afinal, desde os séculos coloniais, não tivemos mais poetas como Gregório de Matos Guerra? Não tivemos mais arquitetos do porte de Manoel Francisco Lisboa? Não tivemos mais um escultor como Antonio Francisco Lisboa? [...]