A narração em primeira pessoa é impregnada de subjetividade, requer um mergulho na própria vida e na observação mais próxima do outro. É uma forma de entender melhor quem somos e o que buscamos na nossa experiência de viver. A autora Malu de Castro nos fala de suas lembranças vivas, de suas impressões sensoriais que têm o dom de nos transportar para momentos às vezes bem remo-tos da nossa existência. É uma música que se ouve, uma fruta que se saboreia, é o perfume da flor viçosa que vai unindo passado e presente. No livro, em que se observa a presença marcante de personagens femininas, é salientada a tradição familiar dos mais abastados de darem para as mulheres, como presente de aniversário, joias que vão passando para outras gerações. Verifica-se também o relacionamento aparentado entre patrões e empregados e a presença de vários personagens que ganham vida, ao longo de sua trajetória, pelas mãos de suas narradoras mulheres fortes, instigantes e incansáveis. [...]