O trabalho de pesquisa de André Paula Bueno documentou em três estados brasileiros - Maranhão, Pernambuco e Minas Gerais - os textos poéticos e gestuais dos anti-heróis negros das danças dramáticas populares. Além dos bumba-bois, cavalos-marinhos e folias de reis analisados no livro, festas, personagens, ritos e músicas dos afrodescendentes e povos indígenas renovam a cultura brasileira hoje, e fornecem material de conhecimento a professores, jornalistas, músicos, atores etc. O autor pretende apontar aspectos históricos e literários da cultura do país tradicionalmente colocados em segundo plano, o interesse é o afro-brasileiro na condição de sujeito da história cultural. Entram em cena a literatura, pesquisa de tradição oral, história social e artes, uma história de uso de máscaras que se inicia na África e se modifica radicalmente nas práticas brasileiras, e há uma história da presença social da música, que se recria sem nunca perder a importância no Brasil.