Este é um livro que vai na contramão dos ruídos do contemporâneo. Trata-se de uma obra sobre monges beneditinos e sobre suas tradições. Partindo das matrizes conceituais e das reflexões psicológicas dos estudos da subjetividade, tal obra discorre sobre a ordem beneditina e sobre suas interlocuções com a história do ocidente europeu, com a consolidação do cristianismo ao longo da Idade Média e com o universo sonoro do canto gregoriano. A subjetividade monástica beneditina guarda em si tradições milenares que desafiam a contemporaneidade. Monges são silenciosos, solitários e contemplativos. Buscam no silêncio, nas orações e na solidão o ideal de uma existência que, nas menores tarefas do dia, se abre ao sagrado. Fieis ao documento que os caracteriza - Regra de São Bento - os beneditinos preservam, há quinze séculos, uma rotina que se eterniza pautada na máxima do "ora et labora". Partindo da compreensão do humano pelo viés da subjetividade, ou seja, a partir das forças históricas e relacionais que o constituem, a ideia central do texto é, pois, oferecer ao leitor um exercício reflexivo sobre os modos de subjetivação presentes nas sociedades contemporâneas, tendo por foco o modus vivendi dos monges beneditinos.