Estreando no Brasil, Mark Teague narra a história do cãozinho Sam para reconquistar a simpatia de sua dona e sair da Escola de Obediência. A epopéia de Sam começa quando sua dona, Gertrudes Leroy, decide enviá-lo para a Academia Canina Igor Francãostai - uma escola de domesticação de animais - devido ao seu mau comportamento, que inclui assaltos a tortas de frango e terrorismo com os gatos da vizinhança. Indignado, o cãozinho resolve escrever-lhe cartas contando sobre a dura rotina do lugar que, na realidade, é um verdadeiro resort canino. O contraste entre o conteúdo das cartas, em tom de chantagem emocional, e a situação real em que Sam se encontra é o que torna o livro engraçado. As imagens criadas por ele - cenários sombrios, em que cães malvados ficam aprisionados, a comida é regulada e há proibições de toda espécie - são imbuídas de dramaticidade pelo preto e branco empregado por Teague, assim como suas memórias, em que descreve, por exemplo, os maus tratos aos gatos. Justapostas a elas, a realidade de Sam é igualmente engraçada, embora distinta do que é descrito nas correspondências e representada em cores vivas: um quarto individual lhe garante privacidade e conforto para escrever suas cartas, garçons elegantemente uniformizados servem pratos apetitosos e as dependências da escola incluem sauna e piscina. Fatos como a alegação de confisco da máquina de escrever, que obriga Sam a redigir suas cartas em letra de fôrma, e sua internação por hipocondria complementam o tom satírico da obra; já o domínio de Teague na arte da ilustração atesta sua qualidade. O livro é indicado para crianças de 5 a 8 anos de idade.