O direito no jovem Lukács propõe, de maneira importante e inovadora, um acerto de contas com História e consciência de classe, colocando o direito frente a frente com o legado da mítica criação de Georg Lukács. A relação entre a chamada ciência do direito e a ideologia, o problema da neutralidade científica defendida pelo positivismo, o papel do direito no processo de reificação e a tensão existente entre consciência de classe e legalidade são algumas questões de relevância fundamental presentes em História e consciência de classe, e cujo enfrentamento, especificamente no campo jurídico, é proposto em O direito no jovem Lukács. Para a filosofia do direito, seja ela brasileira ou até mesmo mundial, este livro de Silvio Luiz de Almeida abre novos e importantes caminhos. História e consciência de classe é considerado um dos livros mais importantes da filosofia do século XX. Tida como a obra inaugural do chamado marxismo ocidental, influenciou de forma decisiva pensadores como Herbert Marcuse, Max Horkheimer, Theodor Adorno, Jürgen Habermas, Lucien Goldmann, Agnes Heller, István Mészáros, entre outros. Embora seu impacto tenha sido muito grande para a filosofia e as ciências sociais, o campo do direito sempre se manteve distante de um debate mais profundo sobre suas concepções revolucionárias. Mas Lukács, em diversas passagens de seu livro, refere-se expressamente à ciência jurídica, em clara demonstração da importância do direito para a compreensão da totalidade social. Por tudo isso, O direito no jovem Lukács surge como oportunidade ímpar de elevar o debate teórico-jurídico para além das questões de natureza técnica e dos devaneios idealistas e positivistas que tanto afastam o direito de uma perspectiva emancipatória. A Editora Alfa-Omega sente-se honrada em contribuir para a discussão de temas tão primordiais: o direito e o marxismo.