Nos habituamos a conhecer o Sul da Bahia pelas lentes de Jorge Amado, o apogeu do cacau, a disputa pela terra, os coronéis, a bonança. Mas o que veio depois constitui hiato literário que pedia para ser preenchido: a vassoura-de-bruxa mofando as lavouras, a bancarrota da elite, a derrubada da mata que então cobria os frutos de ouro e o êxodo das populações vulneráveis. É precisamente no segundo cenário que o enredo de Verdades de Papel se desenrola. Filha de trabalhadores rurais, Rita de Cássia nasce numa fazenda fortemente afetada pela crise do cacau. Enquanto o patrão perdia a lavoura e seu pai temia perder o emprego, a menina alfabetiza-se de uma maneira muito peculiar e, estimulada pela professora, aprende a fazer do mundo dos livros o seu lugar seguro. Obrigada a sair de sua terra e refugiar-se na periferia de Salvador com uma tia, após vivenciar eventos traumáticos em sua família, Rita concentra toda sua energia nos estudos, tornando-se uma renomada doutora em Educação(...)