Demonstrar que a importância política da dimensão estética na filosofia de Herbert Marcuse se deve à idéia de atribuir uma base natural à razão é um dos objetivos desta penetrante análise da obra do filósofo cujas idéias ganharam as ruas no celebrado maio de 68. De fato, ao localizar a razão na pulsão de vida, Marcuse concebe a experiência estética como um ato subversivo. Os pensamentos de Marcuse sobre estética não estão concentrados em uma só obra, mas dispersos pelos seus escritos, o que torna a presente análise extremamente valiosa pelo caráter de sistematização que ela oferece ao leitor. Só mesmo uma visão de conjunto dos textos de Marcuse permite captar o enredamento conceitual, que escapa à ordem cronológica, mas dá enorme coerência a um pensamento que continua tão vivo e estimulante quanto o foi para a geração de 1968.