Epidemiologia da desigualdade é fruto de um trabalho raro no Brasil: o acompanhamento minucioso, ao longo de anos, de um grupo populacional numeroso, buscando entender a gênese de seus problemas de saúde. Estudos de longo prazo requerem um planejamento detalhado, recursos e uma persistência difíceis nos países de capitalismo periférico, como o nosso. O valor deste livro não se esgota no que já foi dito. Seus autores trabalham a massa de dados gerada pela pesquisa com imaginação, argúcia e rigor científico. As duas edições do livro, lançadas na década de 1980, venderam 5.000 exemplares. Uma edição em espanhol foi lançada pela Organização Pan-Americana da Saúde e também se encontra esgotada. Esta obra se tornou um clássico da epidemiologia brasileira, sendo agora relançada em função de inúmeras solicitações da comunidade acadêmica e profissional.