A censura à imprensa durante quase todo o longo período da ditadura militar (1964-1984) deixou as ações do movimento operário ignoradas tanto pelo público em geral quanto pela maioria dos estudiosos. Estes, ao constatarem a ausência de greves nos noticiários, concluíram pela inexistência da consciência de classe. Os trabalhadores brasileiros formariam uma “classe em si”, inconsciente, que não teria alcançado ainda o nível da verdadeira consciência (“para si”).Neste livro, o professor Celso Frederico rompe com essa contraposição abstrata e nos apresenta a ação real da classe que a imprensa amordaçada não podia noticiar. Para tanto, recolheu os textos produzidos clandestinamente pelas organizações de esquerda, porque estas, protagonistas e analistas do movimento operário urbano, viveram o dia a dia da luta de classes e foram testemunhas das ações desenvolvidas pelos trabalhadores naquela difícil quadra da história.