Os juízes dos tribunais superiores aparecem como prophets, como olympians of the law. Nas descrições evidencia-se mais do que a tendência ao biografismo, igualmente crescente em outros campos, que não representa senão uma reação impotente à fungibilidade da personalidade em uma sociedade dominada por mecanismos objetivos. O traço característico dessas biografias de juízes parece residir mais em uma representação que, como uma reprise do antigo espelho dos príncipes, típica do Estado judicial, dá a impressão de que realmente existiria um pressuposto para decisões sensatas e justas na formação específica da personalidade do juiz. Na teoria do direito do período de Weimar, encontram-se correspondentes exatos nas muitas fundamentações a um direito de controle do juiz em relação ao legislador há pouco democratizado. Erich Kaufmann fala por toda a parcela conservadora de então, dessa discussão quando julga que, indubitavelmente, com a supressão da monarquia, perdeu-se um símbolo de unidade importante para o povo alemão e que, como substitutivo, oferecem-se os direitos fundamentais da nova constituição.