Não podemos deixar de perceber em nossos dias mudanças substancias na relação estabelecida entre sociedade e religião. O número crescente de fiéis autônomos e independentes aos vínculos da tradição, família ou a qualquer outra instituição ou credo tem chamado a atenção dos pesquisadores da religião. Errantes religiosos perambulam à sua própria revelia e desejo a procura de uma religião que lhe ofereça os melhores serviços. Chamamos, nessa obra, esses indivíduos errantes de "mochileiros da fé". Homens e mulheres dispostos a vagar sem absolutamente nada que os prenda a não ser as suas próprias convicções e conveniências. Andam com suas mochilas nas costas procurando aqui e ali bens religiosos que possam consumir sem nenhuma culpa e com o menor preço que possam pagar, a fim de resolverem suas próprias necessidades e sede de consumo. Sendo assim, procuramos analisar esse grupo que vem crescendo a passos largos dentro de uma ambiência religiosa que lhes favorece ao mesmo tempo em que os estimula a essa peregrinação constante em busca de seus próprios desejos.