AMONTANHADOSeguiu a trilha envolta de verdeguiado pelo cheiro da chuva friatocando o solo quente em demasiabanhado pelo sol ardente.Não parou, até que planou os pésem rochas ásperas de um amontanhadoe de curiosidade empossadoergueu o olhar a partir dos sopés.Viu-se pensando regressivamenteno que o levou a ser o que era entãosendo que já era e não havia sermãoreprovou-se, não obstante.Viu-se pensando progressivamenteno que tornaria a ser a partir de entãosendo que ainda seria e não havia sermãoreprovou-se, não obstante.Concentrou o pensamentono que fazia naquele momentoViu-se fadigado, de fato, e desatentoreprovando-se, não obstante, com descontentamento.Desligou-se de si, por fime não havia mais no que pensarSubiu a montanha sem cessaraté que, no alto do monte, viu-se enfim.Despencou, porém, do precipíciopor descuido e falta de energiamas sorria enquanto caíacomo se o fim fosse um início.Não obstante, despertou do sonoque lhe dera uma pedra ríspidacomo se estivesse comprometidaem tornar tal façanha em abono.Chamou à montanha Vidaseu topo chamou Morteseu sopé chamou Sortee a lição jamais foi esquecida.Edy Souza